quarta-feira, 6 de novembro de 2013

NO AR

CHEGOU A HORA!

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Destaque na Internet

Boca de Rua na capa do Portal de Comunicação da Unisinos, em reportagem de Leonardo Vieceli.

Leia a reportagem na íntegra.



Imprensa

Na semana passada, o documentário Boca de Rua foi destaque no Jornal Zero Hora e na Folha do Sul, de Bagé.



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Jornal Pioneiro

Hoje, o nosso documentário foi destaque no Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul.





quinta-feira, 10 de outubro de 2013

trailer

Já está no ar o trailer do Boca de Rua - Vozes de uma Gente Invisível.

veja. Reveja. Compartilhe.

CLIQUE AQUI e vá direto ao nosso canal do Youtube.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Programa Radar - TVE

Foi ao ar, pelo programa Radar (TVE RS), uma reportagem sobre o documentário Boca de Rua - Vozes de uma Gente Invisível. Causa uma sensação de contentamento ao perceber que começamos a re-trabalhar a mensagem do jornal agora em um meio cinematográfico, com este webdoc. Nossa proposta sempre foi por este caminho: levar adiante uma ideia que deu tão certo que está há 12 anos na ativa, mostrando que quem mora na rua é tão cidadão quanto qualquer um.

Inclusive, gera um espanto ao saber que até pouco tempo os moradores de rua sequer eram contados no censo do IBGE. Com o intuito de derrubar esses clichês bestas, o Boca conquista um espaço e vai transformando o preconceito em convivência, gerando discussões saudáveis e propondo novos olhares. Tal como o da reportagem do Programa Radar, que se propôs a divulgar as coisas boas e não simplesmente somar pontos na audiência tratando o assunto de maneira banal e triste - que muitas vezes até é. Mas a tristeza e a dificuldade não são méritos das classes baixas, não.

Para assistir à reportagem, clique aqui.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

trilhas

"Caiu do céu" seria um grande clichê para designar a escolha das trilhas sonoras do doc. Mas essa expressão serviria muito bem, tendo em vista que as canções têm uma sintonia muito próxima do filme, mesmo que elas não tenham sido feitas exclusivamente para ele.

Uma das músicas vem da Austrália, de um artista de rua que faz o seu som com a boca, utilizando pedais de looping e efeitos. Dub Fx é um cara intenso. Não conheço ele, lógico, mas só pelos vídeos é possível entender que o projeto do cara é sensacional - tanto musical quanto ideologicamente.  Foi assim que chegamos em 'Flow' a canção base do documentário.


Dub é um artista completamente independente utilizando apenas a internet, a rua e o boca a boca para divulgar o seu trabalho. Mais ou menos como o Boca de Rua. Uma frase do wikipedia detalha um pouco do australiano: "suas letras falam de eventos mundiais e da angústia contemporânea, sugerindo uma revolução baseada no indivíduo, na auto-determinação e no engajamento. Também aborda questões de importância social".

Na mesma intensidade (e dessa vez muito próximo de casa) o som que encontrei vem do ator, compositor e amigo Marcelo Naz. Também utilizando a internet como plataforma de divulgação, Naz é um cara completo: sua música sensibiliza porque é direta e verdadeira. Foi o último contato que fizemos e ele entrou para a equipe nos dando um presente muito importante, a música Confuse.



Com diversos trabalhos artísticos preenchendo o currículo, Naz - que no mundo musical é conhecido como Nazaré Vox - tem uma sonoridade muito própria e uma densidade muito específica, que "caiu do céu" para o Boca de Rua.

O Desenho de Som do documentário é da Gogó Conteúdo Sonoro.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Acorda


Quando as manifestações tomaram o país na última segunda-feira, dia 17 de junho, me perguntei como o jornal Boca de Rua iria cobrir os protestos aqui em Porto Alegre. Ao buscar respostas para essa pergunta acabei notando que os manifestos dos moradores de rua que integram o Boca começaram lá em 2001, quando saiu a primeira edição do jornal, com o título "Vozes de uma Gente Invisível".

Os jovens, adultos, senhores que estão saindo na rua hoje em busca de um novo país estavam invisíveis até o momento. Estavam hibernando ou tentando acreditar numa reviravolta política. Deixarem de se esconder e perceberam que podem mudar o país. E eu também, sem dúvida!

O Boca vem tentando mudar pensamentos a passos lentos e graduais, mas com toda a certeza tem um peso muito grande nessa transformação intelectual e social que o país vem buscando. Dentro do Boca eu aprendi que vale a pena falar, dar a cara pra bater, assumir os ideais e não desistir de uma vida mais digna.

É isso que todos anseiam. Não se quer a invisibilidade nunca. As pessoas precisam ser vistas, sejam maioria ou minoria. Precisam atuar como cidadãos, mas antes precisam ser encaradas como tais. E se os governantes e demais autoridades deste país não se deram conta disso até então, é preciso ir às ruas  reivindicar. Cada vez mais.

Foi dentro de uma reunião do Boca que ouvi a frase mais impactante, que para mim, resume bem toda e qualquer manifestação que está surgindo no Brasil: "enquanto você dormia, muita coisa acontecia".    


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Capa

A capa de um jornal é primeiro contato dos repórteres com a sociedade. Muitas vezes, uma palavra pode revelar toda a linha editorial de um periódico.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

edição

frames de uma ilha de edição.
começando pelo roteiro, esquema, estrutura, alinhamento, base, guia.










quinta-feira, 18 de abril de 2013

radar

O melhor de dar entrevistas é re-descobrir. É falando sobre o processo que vamos delineando e amarrando os pensamentos que tecem o documentário. Ontem foi dia de dar atenção à Isadora Jacoby do programa Radar da TVE. Parece que, cada vez mais que falamos sobre o filme, uma nova porta se abre, mostrando novos caminhos e nos apresentando outras esferas e dimensões de uma mesma situação.

Por isso que contar a história do Boca tem sido cada dia mais gratificante e estimulante. E quando essa relação começa a expandir (com imprensa e divulgação) ficamos ainda mais entusiasmados de poder utilizar essa bela história para, quem sabe, estar estreando outras novas.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

na imprensa

O web-doc sobre o Boca de Rua foi tema do site Papo de Cinema:


Para ler a reportagem, basta clicar na imagem acima.

terça-feira, 26 de março de 2013

parte 1



Ontem fomos conversar com o Thiago e com a Rita, da Gogó. Eles serão os responsáveis pelo desenho de som do nosso filme. Não levamos nada de material, apenas sentamos e, com um chimarrão rodando, divagamos sobre a trajetória do documentário: o que ele vai falar, como ele vai ser desenvolvido, qual a estética e como será trabalhar o som na web.

Sai de lá pensando na falta de conversas para o desenvolvimento do audiovisual num geral. Acho que  para o crescimento da arte, mesmo. São muitas bolhas e pouco cruzamento. Tanto que no início da conversa eu já me desculpei por estar indo "apenas" conversar. Aí o Thiago nos alertou (e riu também): "quem dera se fosse sempre assim".

Aí lembrei que, na semana passada, após captarmos o último take para o primeiro corte, sentamos em uma mesa de café e conversamos (de novo!). Alguém levantou a questão sobre a positiva demora na construção de uma narrativa mais fragmentada. Fomos sendo carregados pela história, deixamos que o caminho se moldasse e aos poucos sentimos o que deveria ou não ser rodado. O grande trabalho foi filtrar e sentir. Deixamos de lado as ideias pré construídas e começamos de novo. Foram necessários muitos meses para captarmos imagens que revelassem o subtexto, que nos transmitissem à verdade encoberta por detrás das páginas do Boca de Rua, um jornal que chegou nas minhas mãos há dois anos, numa mesa de bar.



Me dei conta de que vai fechar um ano de pensamentos e conversas (mais uma vez ela aqui). Pra resumir, o tempo ajudou todos a moldar essa pedra. E é por aí mesmo: jogaram um pedra em cima da mesa e fomos lapidando, lapidando, lapidando. Cada um com seu melhor instrumento.  

Não acho que tudo deva demorar anos para acontecer. Pelo contrário. "Fazer" tem ligação direta com o aprender e evoluir. Acho que a demora em si não revela nada. O grande passo de toda a equipe nesse primeiro momento foi entender que a repetição e a maturação surgiram durante o processo, com a câmera ligada e, principalmente, nos momentos de conversa, descontração, cervejas e silêncios.

Com isso, chegamos ao final da parte 01. As conversas agora mudam de lugar: ilha de edição do Alfredo Barros e do Ricardo Zauza.


As belas fotos são de Calvin Furtado e a foto meia boca (essa aqui em cima) de Marcelo Andrighetti.













quinta-feira, 21 de março de 2013

na casa de maria

Estávamos à procura do vazio, do silêncio, do invisível ao cotidiano do olhos rotineiros. Caminhamos por dez metros, talvez menos, e encontramos no mínimo uns 20 takes. Passaríamos a tarde em quatro ou cinco passos, apenas mudando de lente e girando a cabeça do tripé, e mesmo assim deixaríamos de filmar tudo o que há de desconhecido pelo dia a dia, pelos nossos pés rápidos que ficam no pensamento e esquecem de abrir os olhos para o presente.



Enquanto as cabeças captavam, olhos curiosos nos retiam (é engraçado filmar na rua!). Muitos paravam:

-Vai passar no fantástico?

E nós sempre interagindo.

Foi quando filmávamos uma bela casa verde, cortada por uns galhos secos de uma árvore entrando no outono. Uma senhora nos chamou através de uma porta.

- Vocês são da arquitetura?

Papo vai, papo vem, surge o convite e entramos na casa de Maria. Quadros e mais quadros preenchiam três salas. Ficamos fascinados pelo número grande de telas e esculturas que figuravam nos ambientes. Enquanto a artista procurava demoradamente umas reportagens para nos mostrar quem ela realmente era no cenário mundial das artes, dois membros da nossa equipe (que eu prefiro não dizer quem era) estavam em outro ambiente consertando um sofá antigo que havia ficado no caminho de uma perna humana. Fiquei entre o sofá e a Maria: não sabia se contava, se ajudava o conserto, se tentava segurar ela, se puxava um assunto sobre a chuva que estava por vir ou se chutava o balde e arrancava de vez todos os pés do sofá. Maria volta pra sala e nos entrega uma fotocópia de uma página sobre a vida dela.


Maria é Maria Di Gesu, artista plástica que iniciou seus trabalhos durante a Segunda Guerra Mundial. Autoditada, veio ao Brasil em 1947 e estudou com grandes gênios, tal como Iberê Camargo, Xico Stockinger, Danúbio Gonçalves, Vasco Prado e Benito Castañeda. Bota no Google que tem mais.


No final, sofá consertado e Maria sentada para uma linda foto.  Fizemos uma amiga. Aliás, cada vez mais temos descoberto pessoas incríveis nessa jornada em busca de histórias desconhecidas. O Boca tem feito a diferença na vida deles e  também na nossa vida.

Tem feito a diferença nas nossas vidas.



E o Calvin - que foi "confundido" de Haroldo pelo nosso Diretor de Foto - abriu os olhos dois segundos depois.


quarta-feira, 6 de março de 2013

dia de ilha


Alguns pré-cortes já foram dados no doc. Hoje é dia de colocar os pés no chão, imprimir o roteiro e sentar ao lado do Alfredo, nosso querido montador, e do Ricardo, montador assistente. Ver o que funciona e o que fica guardado para uma próxima. O processo é esse. Durante as gravações, precisamos de horas de conversa para chegar no ponto. Mas isso foi ótimo, porque a equipe não sabia qual era o ponto. Tudo foi se construindo no processo.

Entre depoimentos inusitados e histórias chocantes, MC Dom foi um dos integrantes que chamou bastante nossa atenção com suas músicas e rimas. Ele cantou diversas histórias que foram escritas pelo grupo Realidade de Rua, criado por moradores em situação de rua.


Com isso, roteiros  e montagem vão se afinando na ilha de edição. Aos poucos vai se construindo uma Ideia Controle, ou seja, o que queremos com isso tudo, o que nosso filme vai passar e qual sensação vai ser criada com este web-documentário.

E vamos nessa!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

os ausentes



O plano era entrevistar os participantes do Boca de Rua. A partir disso, teríamos uma base para a criação de uma narrativa.

Para nossa surpresa, no primeiro dia de filmagens, nosso entrevistado não compareceu. Ao invés de guardarmos câmera e equipamentos, optamos por filmar o vazio, por registrar a ausência. Fomos para casa. Aquilo realmente ficou na cabeça. Como faríamos se a situação se repetisse? Aliás, teríamos que pensar em um Plano B, até então inexistente.

No carro, quando íamos para casa, entre papos de cinema e buzinas de Porto Alegre, conversamos sobre o que fazer caso aquilo acontecesse novamente.

Só conversamos. Mas tudo ficou no ar.

Segundo dia de filmagem. Três entrevistados marcados no mesmo local. Apenas Rita estava por ali. Leandro dormia em outra praça e tivemos que ir buscá-lo. O terceiro não apareceu. Gravamos os dois em um sofá perdido na esquina de uma movimentada rua. O calor nos castigou, mas ouvimos histórias marcantes de um jornal que mudou a vida de muitos moradores de rua.

No terceiro dia, na Usina do Gasômetro, conseguimos belas imagens. De novo, só ouvimos os pássaros. Nosso entrevistado não foi! E eu comecei a perceber o quanto essa ausência ERA o documentário. Essa não-entrevista foi uma mensagem muito forte daquelas pessoas que muitas vezes estavam invisíveis perante uma sociedade que não tem tempo para ouvir, uma sociedade que só tem tempo para falar.





Os ausentes se tornavam presentes para nós e para a câmera. Os papeis se inverteram e nós passamos a ser os invisíveis, passamos a esperar e a entender que somos totalmente iguais. Lado a lado não muda nada: temos os mesmos medos, as mesmas vontades, os sonhos parecidos...

Criamos assim uma proximidade tão forte com aquele entendimento que tudo foi nascendo ao natural. Sermos "excluídos" da agenda deles nos tornou mais pacientes e atenciosos para a invisibilidade.










Pensar nisso, faz com que eu questione o meu papel perante o mundo e a 'comunidade' onde estou inserido. No fundo, todos somos invisíveis. E a busca por uma identidade é um processo natural. Não importa se nosso lar é embaixo de um teto de cimento ou de um céu estrelado.

No caso dos integrantes do Boca, produzir o jornal é criar visibilidade. É sair do anonimato. É ajudar a transformar.